29 de maio de 2011
Clique aqui para ler o release da equipe PENÉLOPES DO AGRESTE - por Lucy Jesus
ODISSEIA - PE
17 a 19 de março de 2011
MILLENIUM DAVENTURA MAKAIRA
A ODISSÉIA é um romance épico grego cuja autoria é atribuída ao poeta Homero e narra a volta do herói Ulisses pra casa depois da guerra de Tróia. Durante este trajeto, diversos deuses conspiram contra Ulisses que supera uma série de desafios impostos por estes. Portanto, o nome da última etapa do CNA da temporada 2010/2011 não poderia ser mais apropriado, pois os desafios foram muitos e tomo a liberdade poética (uma pretensão desmedida) para fazer uma versão nordestina aventureira da Odisséia da MILLENNIUM DAVENTURA MAKAIRA.
A largada foi às quatro da manhã de sábado. Os Ulisses da Makaíra (Débora, Gaia, Helio e Naru) partiram na frente puxando o pelote. Porém, não demorou muito pras demais equipes tomarem outro caminho. A Deusa SELENE (Deusa da Lua), resolveu ajudar os heróis abençoando-os com a lua mais brilhante dos últimos vinte anos. O uso de headlamps era desnecessário diante o brilho da Deusa. O PC 01 era uma antena no alto de um morro e para alcançá-lo, nossos heróis tiveram que rasgar muito mato já que ZEUS resolveu complicar um pouco. Após o PC 01, seguiram por uma trilha descendo o morro e ultrapassaram mais duas equipes. Para chegar na canoagem, tiveram que fazer uma opção de navegação um pouco maior, porém mais segura e alcançaram o PC 02 em terceiro.
POSEIDON (Deus das águas) estava calmo e resolveu não atrapalhar muito a travessia dos heróis que logo na saída do remo assumiram a primeira posição, já que os dois quartetos que estavam à sua frente erraram a navegação. Remaram forte e abriram uma pequena vantagem, suficiente para chegarem ao PC 04 em primeiro, fazer a transição e partir na frente.
Agora com suas bikes, o tormento seria um pouco maior, pois um de nossos heróis, Helião, começou a sentir fortes câimbras. O ritmo deles diminuiu um pouco e para piorar, o Deus HELIO (Deus do sol) começou a castigar nossos heróis. O calor era infernal, porém, com muito espírito de equipe, eles bateram o quinto PC ainda em primeiro. Contudo, o ritmo caíra bastante e o capote seria inevitável. Antes do PC 06, numa subida irada beirando uma serra, nossos heróis foram ultrapassados por duas equipes.
O PC 06 era um marco na ODISSÉIA, pois a partir dele, as equipes estavam livres na escolha de uma estratégia para o ataque do PC 07, 08 e 09, retornando novamente ao 06. Os Ulisses da Makaira então partiram dele de bike’n run (obrigatório até o PC 07) revezando a todo instante o selim das duas magrelas. Chegaram no PC da natação em terceiro e com as duas equipes no visual. HELIO continuava a castigar e nadar em um açude foi um grande alívio para nossos heróis.
Durante a natação, eles perceberam que a estratégia adotada deveria ser mudada, pois do contrário, o corte no PC 06 os alcançaria. Portanto, agora Naru e Debora subiriam de bike até ele e Gaia e Helio seguiriam de trekking rumo ao PC 09.
Capítulo à parte na grande aventura, o ataque ao PC 09 foi o grande divisor de águas na ODISSÉIA. Nossa dupla de aventureiros seguiu por uma trilha íngreme que subia uma serra até seu cume. A navegação estava bastante apurada e o todo-poderoso ZEUS, resolveu dar sua cartada mais feroz: colocou diversas trilhas no caminho de nossos aventureiros transformando o que parecia fácil no verdadeiro labirinto do MINOTAURO. Com muita paciência, adotaram a seguinte estratégia: seguiram sempre a trilha que apontava para o azimute noroeste. Como era impossível ter certeza de onde se estava, seguindo por esse azimute fatalmente bateriam em um estradão que os levaria direto ao maldito PC 09. Trilhas fechadas, muita lapeada de tiririca, saíram em cima do dito cujo. Pegaram a senha e sentiram-se aliviados, mal sabendo que o pior estava por vir. Se pegar o nove foi difícil, sair dele foi uma tremenda provação. Tiraram o azimute e seguiram por caminhos (não trilhas) rasgando muito mato fechado cheio de espinho unha de gato. Atravessaram um bananal sinistro, porem com muita calma, conseguiram superar mais este desafio imposto por ZEUS. Do alto do morro e após atravancar muito mato, sempre seguindo o azimute travado na bússola, avistaram finalmente o estradão que os levaria novamente ao PC 06.
Foram saudados pela outra dupla de heróis que os aguardava com um prato de feijão, arroz e macarrão. Eram novamente os primeiros colocados e partiram rapidinho de bike rumo ao PC 10. Nosso herói Helio com muita experiência nas costas superou o problema das câimbras e pedalou forte para aproveitar os últimos raios do deus homônimo.
Uma ladeira brutal os separava do PC e subi-la exigiu muita força dos Ulisses. Bateram o 10 sem problemas na navegação e seguiram forte rumo ao onze, num sobe e desce já sob os domínios novamente de SELENE. Depois de mais umas duas subidas que mais pareciam piada de mal gosto de ZEUS e batidos os PCVS 12 e 13, fizeram um downhill insano e chegaram na transição do PC 14.
CRONOS foi implacável e perderam muito tempo na transição. Depois de se fartarem com uma bela gororoba preparada pela guerreira Debora, coplenudles misturado com atum e azeitonas, partiram para o trecho final da prova confiantes e com as energias renovadas.
Novamente uma canoagem tranqüila e um trekking final de treze quilômetros. MORPHEUS (Deus do sono) resolveu pregar uma última peça em Naru e Gaia assumiu a navegação até o final, quando finalmente puderam sentir o abraço quente de VITÓRIA, a Deusa responsável por entregar as glórias àqueles que superam grandes desafios.
Gostaríamos de agradecer à MILLENNIUM INORGANIC CHEMICALS por todo apoio durante a temporada 2010/2011. O título do CNA (Campeonato Nordestino de Aventuras) e do CBCA (Campeonato Baiano de Corridas de Aventura) coroou esta parceria sensacional. À DAVENTURA ESPORTES E TURISMO e ACADEMIA H45 pelo suporte durante essa jornada vitoriosa. Por fim, dar os parabéns a toda organização da prova que fez dela uma verdadeira ODISSÉIA e fechou com chave de ouro a temporada. Que venha o ECOMOTION.
Gaia.
CARRASCO 2011
21 a 23 de janeiro de 2011
Relato de Wagner Malveira (Leões de Judá/Brou) na Carrasco 2011 (postado em 11/02/11)
(fonte: Adventuremag)
A Carrasco é da Bahia - Relato da Gantuá Millennium Tia Sônia - por Alan Moreira (postado em 11/02/11)
(fonte: Adventuremag)
KAAPORAS PERERÊ ADVENTURE (postado em 23/02/11)
Olá amigos de aventuras... Irei fazer o release do que foi a prova CARRASCO para o KAAPORAS PERERE ADVENTURE.
Bem, dia 21 chegamos na cidade de Milagres por volta das 17:00 e logo partimos para fazer o check-in e plotar o mapa, para mim tudo era novidade, afinal seria minha primeira corrida de aventura e já buscando contribuir na navegação, calcanhar de aquiles de muitas equipes, embora tivéssemos um navegador já respeitado aqui na Bahia, Adailton Costa. Finalizado esta etapa, esperamos ansiosos o Brinfit Técnico e ao mesmo tempo aguardávamos o restante do nosso apoio que ainda estava por vir. Dúvidas técnicas tiradas, enfim fomos nos preparar para dormir, mas antes tivemos uma sessão de acupuntura e massagem realizada pelo nosso amigo e apoio Altimar Ribeiro.
Agora já no dia 22, cerca de 3:30 da manhã acordamos para nos alimentar e nos preparar para encarar o CARRASCO que seria o mais carrasco de todos já realizados. Na hora marcada para largada já estávamos prontos, procurando nos aquecer devagarzinho, pois parecia que atrasaria um pouco a largada. Ansiedade no limite, coração a mais de 100 bpm e estava lá Eduardo Góes, Adailton Costa, Ariston Nunes e Daniela Santos na expectativa da largada, até que as 6:20 da manhã começou... 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 ... iniciou o CARRASCO 2011 e lá estava o KAAPORAS partindo para a primeira parte da prova, um cross-country de MTB com 53km. Decidimos manter um ritmo moderado nesta parte para que ficasse confortável para nossa atleta feminina Dany e não nos desgastasse muito... e lá fomos nós encarar de cara uma subida bastante íngreme de quase uns 900mt. Neste trecho algumas equipes nos passaram, mas tivemos tranqüilidade, pois logo na frente seria semi-plano por toda a prova, então a coisa melhoraria para o nosso lado, até porque este trecho de Mountin Bike teria muitos espinhos e com certeza diversas equipes iriam furar pneus e isto nos daria certa vantagem, pois estávamos usando o NoTubes. Foi como havíamos imaginado, durante todo o trajeto passamos varias equipes que tiveram problemas com pneus e durante cerca de uns 15km andamos junto com os amigos da Giramundo, até que um de nosso integrantes sentiu uma câimbra na coxa faltando ainda uns 15km para o final do XCM, neste momento Dany adiantou tentando acompanhar a Giramundo e fiquei para ajudar nosso amigo Ari fazendo-lhe uma massagem na coxa que lhe deu uma revigorada e partimos para Iaçu. Apesar deste contratempo ainda conseguimos chegar em 6° entre as equipes, uma colocação boa para uma equipe que há três meses atrás falou, vamos correr aventura e iniciamos praticamente do zero. Quando nosso apoio nos viram ficaram eufóricos, afinal tudo aquilo ali também era novidade para a maioria deles, as vezes tinha impressão que estavam mais nervosos que a gente, rsrsrs. Alimentados e já hidratados partimos para uma perna de 22km trekking. Nossa estratégia seria correr quando houvesse plano e azimutar cotando caminhos, afinal tínhamos dois na navegação, o Adailton como principal e eu, Eduardo lhe ajudando. Porem fizemos os 22km andando, pois Ari não conseguia correr por conta da câimbra e não adiantava forçar. Neste momento quando batemos o PC 02 a Giramundo estava a 20min apenas na nossa frente, mas como estávamos apenas andando, acredito que eles também, esta distancia se perdurou pelo PC 03 e até chegarmos a próxima área de transição que era o PC 04. Assinamos o PC ainda em 6º, pois durante o trekking nenhuma equipe nos passou, mas também não passamos ninguém. Não imaginávamos que estava por vir a parte mais critica da prova, por isso tranquilamente nos alimentamos e hidratamos e fomos pegar o duck, caiaques infláveis, mas até conseguirmos achar um que não estava furando perdemos uns 10min nesta brincadeira. Tudo ok, estávamos no rio e logo nas primeiras remadas surge um problema para mim, não estava conseguindo fazer o leme do caiaque inflável, tive muito pouco tempo de treinamento e ainda assim foi em caiaques rígido tipo foca, que é mais fácil manter uma direção.
Tínhamos 14km de remo e que seria de fato um tormento, pois além da dificuldade em fazer o leme tinha muita pedra no leito do rio, e fazia com que por diversas vezes descêssemos para empurar o caiaque por cima das pedras. Depois de algumas tentativas fazendo o leme, resolvemos mudar as duplas, ficando a Dany comigo, pois por ser mais leve iria facilitar e de fato isso aconteceu, mas quando finalmente peguei o jeito com o leme já tinha me cansado muito e umas 03 equipes já tinha nos passado, enfim chegou o PC 05, navegação de Adailton perfeita no rio, digo isso porque duas equipes pegaram o braço errado do rio e se prejudicaram um pouco, um pouco mais a frente com tantas pedras no caminho resolvemos carregar os ducks e andar pela lateral do rio, e assim percorremos uns 300m e seguimos rumo ao PC06, até que junto com a equipe INSANOS batemos o PC 06 e seguimos para o PC 07. Neste momento era 16:30 e tínhamos apenas 1h30min para chegarmos antes de escurecer, pois estávamos sem lanterna e se escurecesse conosco no rio, putz... Iria ser problema. Então remamos, remamos, remamos... começamos a ficar na dúvida se não já tínhamos passado do PC mas Adailton decidiu continuar e quando já era por volta de uns 18:00 passamos por umas casas e gritando o “PC... PC...” alguém respondeu, ufaaaa... era o PC, então gritei Adailton que já estava mais a frente, porém achei tudo meio estranho e perguntei se era o PC realmente e a uma distancia de uns 200mt uns garotos diziam que sim, então perguntei: “Qual PC é esse?”, eles responderam... “PC02”, neste momento olhei para Dany e falei vamos embora, rsrsrs. Logo em seguida, uns 500mt na frente encontramos Adailton e Ariston parados nos esperando e preocupados, pois estava já escuro e ainda não tínhamos achado o PC, quando resolvemos seguir mais um pouco e logo estava lá, a uns 50mt na frente, porem escondido atrás das arvores e por isso Adailton não conseguiu ver... Missão cumprida no remo, Ufaaaa. Tínhamos previsto 3h no máximo para este trecho e completamos em pouco mais de 5h, mas faz parte do desafio, caso contrario não seria CARRASCO. Então fomos verificar o que tinha restado na mochila para comer e percebemos que pouquíssima coisa restou, nosso caiaque estava furado e com água, então molhou tudo. Tínhamos 8,8km de trekking para fazer no escuro até chegar ao PC 08 em Iaçu para trocarmos de roupa e nos alimentarmos melhor. Durante este trecho as câimbras não perturbavam mais nosso amigo Ari e conseguimos correr... era 5mim correndo e 3min andando e assim chegamos finalmente por volta de 19:30 no PC 08 em Iaçu e fomos mais uma vez recepcionados com muita emoção por nosso apoio...
Logo que chegamos neste PC, encontramos a equipe INSANOS saindo para mais uma perna de bike, desta vez 45km. Ficamos cerca de 25min e seguimos rumo aos próximos PCs. Cerca de 30min após passar pelo PC09, senti um sono muito grande, já era cerca de 21:30 e pedi para equipe parar por 15min de modo que pudesse tirar um cochilo. Nosso navegador Adailton não gostou muito, mas realmente estava precisando. Cheguei a cochilar pedalando umas duas vezes e meu rendimento estava também diminuindo. Então, logo após o descanso no tempo previsto, foi como imaginei, recuperei as forças e seguimos para o PC 10, desta vez pedalando num ritmo mais forte. Por conta de nosso descanso a equipe Extreme nos alcançou próximo a este PC e partimos todos juntos para o PC11, área de transição para o que seria uma perna de remo de uns 12km até o PC12. Ao chegarmos, fomos informados que o remo tinha sido cancelado, por conta de falta de equipamentos “botes” e iríamos fazer um trekking até o PC12, que seria o segundo corte. Infelizmente, como já estávamos quase no horário do corte fomos em um ritmo tranqüilo. Este trekking não foi muito divertido, primeiro que foi somente estradão e segundo bastante extenso, como se não bastasse o cansaço já começava a se mostrar mais acentuado. Por esse motivo no meio deste trekking Dany nos pediu pelo menos uns 20min para descansar e dormir um pouco. A mesma estava dormindo escorada em Adailton, não muito diferente minha pessoa e Ariston estavamos como sonâmbulos, um olho fechado e outros semi-aberto, hehehe. Ao final deste trekking, chegando ao PC12 já tínhamos sido ultrapassados pela equipe Extreme e Insanos, as quais tinham saído posterior à nossa equipe do PC11. Enfim, mais um trecho da prova cumprido, PC12 e uma travessia a nado de uns 100mt. Nadamos junto com a equipe Insanos e fizemos juntos este trecho de trekking, rumo ao PC17 que por termos pego o corte eliminamos os PCs 13, 14, 15 e 16... Foi uma pena, pois estávamos muito a fim de fazer o trecho que era considerado a parte mais complicada da corrida. A chegada do PC17 foi emocionante com um pega eletrizante ombro a ombro entre o KAAPORAS e INSANOS. Nesta área de transição passamos uns 25min e a INSANOS saiu em nossa frente e não as vimos mais, somente na chegada. Este trecho de mountain bike foi bastante cansativo, pois além do desgaste físico, havia muitos trechos de areia e tínhamos que descer da bike para empurar. Ao final da bike mais uma vez encontramos nossa equipe de apoio e fui junto com Adailton me preparar para fazer a escalada e o rappel de 180mt, porem ao assinar o PC20, veio a frustração, fomos informados que este trecho foi cancelado pela organização por conta da chuva. Partimos num trekking de 3km para o PC22, chegada da prova, que resolvemos fazer correndo para dar mais emoção a chegada. Enfim, completamos... Nossa primeira prova de aventura foi CARRASCO e nós, entre dezesseis equipes mistas ficamos em 9º (nono). Esta foi apenas uma adaptação, gostamos de aventura e vamos buscar treinar cada vez mais para estar entre os primeiros colocados nas próximas provas. Agradeço àquele lá de cima que nos deu força durante os treinos e prova, a minha equipe que foi maravilhosa e em conjunto conseguimos nos superar, a todo nosso apoio que foi fundamental, inclusive Altimar com as agulhas (acupuntura), massagens e bastão mocha. Por fim, esta prova de superação dedico a todos do KAAPORAS Clube de Aventura que acreditaram em nossa equipe e ao nosso patrocinador oficial PERERÊ MOTOCICLO.
Eduardo Santos Góes – CAPITÃO
CARRASCO FAST
09 e 10 de outubro de 2010
RASO DA CATA (postado em 21/10/10)
Ao voltarmos pra casa depois da Carrasco Fast, ainda na BR-324, depois de termos dormido em uma pousada em Feira de Santana, recebemos a ligação de PEDRO da Gantuá que, por compromissos profissionais, se encontra em Brasília-DF e não pode correr nessa corrida. Ele nos parabenizava pelo nossa quarta colocação na prova e, principalmente, por resgatar a formação original da equipe.
Para quem não nos conhece, talvez isso represente apenas uma informação sem sentido, mas essa formação da Rasodacata que terminou a prova em quarto lugar representa o retorno de um grupo de amigos que se separaram após uma Brasil Wild complicada e que precisavam de uma nova oportunidade para redimir erros, expurgar reminiscências e exorcisar fantasmas... Isso é o que tornou mais importante o nosso resultado.
Bem... como nada é fácil nesta vida a prova começou complicada. Mesmo com todo o planejamento de chegar cedo em Feira para podermos trabalhar o mapa e descansarmos um pouco antes da largada, demoramos mais de quatro horas para fazer o percurso de Salvador a Feira, pois o carro que nos conduzia e serviria para o apoio quebrou duas vezes na estrada e somente chegamos no final da tarde, bastante cansados. E agora o que fazer com o apoio? Felizmente Tauá e Fábio foram com seus carros pequenos e nos “viramos” para colocar todo o material dentro deles. Contamos com o apoio de Alan da Gantuá (obrigado amigo!) que nos emprestou sua transbike e só assim conseguimos levar as bicicletas.
Estávamos tão atarefados que esquecemos do briefing, mas os amigos também estão aí pra isso. Munidos de todas as informações e estabelecida a estratégia inicial da prova finalmente largamos...
Corrida legal, apenas 5,4 km, mas vi logo que minha condição física estava aquém da minha equipe. Teria que me esforçar muito mais... Terminamos a corrida balizada embolados com as outras equipes e partimos muito rápidos de bike para o rio. Transição rápida, seguimos rapidamente para o PC 3. Tanto que conseguimos ultrapassar algumas equipes e chegamos em ótima colocação no PC4. No pequeno percurso de trekking após o remo, seguimos juntamente com várias equipes rumo à próxima transição, em especial com a Giramundo e para nossa surpresa batemos juntamente com eles o PC5 na segunda posição.
Isso nos motivou bastante, pincipalmente porque eu tinha apostado com Evinho (da Caatinga Trekkers) só de “sarro” que iríamos bater os pcs entre os três primeiros colocados até o final da prova. O trecho de bike foi muito bom com várias equipes se perdendo e se achando... mas conseguimos pela primeira vez na história da Rasodacata bater dois PCs na primeira colocação, e quase chegamos antes do nosso apoio na PC10. Fizemos uma transição bastante rápida, ao estilo Quasar Lontra (pega tudo e corre) e seguimos de trekking, mas neste momento vieram as primeiras cãibras... bendito Biofenac.
A subida do morro foi muito bonita naquele início da manhã e o visual estava magnífico, mas nem deu para aproveitar muito, pois veio uma descida terrível. Espinhos, urtigas, cansanção, escorregando de bunda nas escarpas (se caísse era game over na certa!) e tudo isso de bermuda.... bem que Paulinho nos avisou para irmos de calça, caneleira, mascara, capacete e tudo mais que pudesse nos proteger... mas fazer o quê? Nascemos para isso mesmo...
Neste momento fomos alcançados pela Gantuá (a recuperação deles é sempre fantástica!), mas nosso objetivo era passar do corte as 09:30h e estávamos longe... Foi o momento em que pensei que não iría conseguir, pois estava muito cansado. Tirei forças de onde não tinha e segui correndo até Ipuaçu. Quando já estava no limite das forças, meu irmão Fábio me rebocou até o PC, que batemos as 09:25h. Pensávamos que íamos poder aproveitar os lanches feitos por Tauá, mas fomos informados que teríamos que sair de lá antes de 09:30h sob pena de sermos cortados, ou seja, apenas deu tempo para sair descalço carregando as sapatilhas na mão, mas paramos logo adiante para recuperarmos as forças com uma coca-cola bem gelada. A alegria por termos passado pelo segundo corte era indescritível, pois neste ano em todas as provas do campeonato, por diversos motivos, não tínhamos conseguido passar do primeiro corte em nenhuma delas. E agora somente quatro equipes tinham conseguido essa façanha e nós estávamos entre elas. Para mim, particularmente, era como se já tivéssemos conseguido a vitória. Mas como a prova só termina quando acaba, seguimos em frente batendo os PCs de bike, com a ressalva de que perdemos muito tempo no PC 17, pois a pessoa que lá deveria estar tinha saído do local. Mas estávamos felizes com tudo e seguimos voando para o PC19, onde largamos as bikes e pegamos o material de natação. Pequeno trecho de trekking e chegamos no rio. Ainda bem que a natação foi depois do corte, porque se fosse antes provavelmente estaríamos cortados. Quem já me viu e o Arnaldo nadando sabe do que estou falando... somos terrivelmente ruins nisso. Pegamos os barcos e o PC queria que fóssemos de caminhão... só na cabeça dele para ter uma idéia dessas.... e fomos remando até a chegada.
A felicidade é feita de pequenos momentos e tivemos muito disso nessa jornada. Agradeço a Arnaldo pelo equilíbrio, a Fábio pela liderança, a Tathi pela garra, a Tauá e Flavinha pela motivação e apoio, a Paulinho e Marcinha por uma prova linda, cheia de transições e bastante emocionante (o mapa é um caso a parte de desenvolvimento do nosso esporte. Que sivra de exemplo).
Parabéns a Gantuá pela brilhante vitória.
Que venha a próxima Carrasco...
Paulo Sérgio Barbosa Neves
Academia Vidativa / Rasodacata
RELEASE AVENTUREIROS DO AGRESTE 2 (Postado em 13/10/10)
Decidi escrever logo meu release enquanto os arranhões e as marcas de cansanção estão bem vivas na memória.. e na pele!
A prova foi linda. De todas, a que eu mais curti até agora. Não tanto pelo pódio, porque isso a gente só sabe no final. Mas por cada etapa, cada superação, cada dificuldade que tivemos que resolver.
Igor e eu queríamos correr a prova de 100 km. Tentamos montar um quarteto, mas nossos convidados tinham compromissos de trabalho no feriado.
Conformada com a frustração atendi a um telefonema do Mauro, sexta à noite perguntando se eu topava correr a prova de 55km. Meu bom senso levou menos de um minuto para ser convencido por minha insanidade a correr a prova. Sem planejamento, sem apoio, sem nada pronto.
- OK. Eu topo! Vou ligar pro Igor. A insanidade dele também estava de plantão e ele topou sem perguntar como!
A ideia era compartilhar o apoio da turma da Makaíras 2, o que foi muito importante especialmente nos trechos mais difíceis de navegar, logo no início da prova.
No sábado, eu joguei tudo o que achei importante levar no carro e lá fomos nós. Peguei Igor em casa e saímos, rumo a Feira de Santana. Só pudemos sair as 18h porcausa dos nossos compromissos. Fizemos a inscrição na hora, na maior correria. Conhecemos a turma do nosso apoio compartilhado, arrumamos as coisas e entramos no clima. Enquanto a turma estudava os mapas, a gente engolia o jantar. Enquanto a turma curtia o show, a gente tentava entender o mapa!!!
Pontualmente, as 22h, começou a corrida. 5.2k de asfalto. Só pra aquecer! O jantar conversando conosco a corrida toda. Que delícia!!! Chegamos ao PC1. Nossa primeira dificuldade foi entender como sair da cidade. Nada fazia sentido. Como bons novatos, pedimos apoio... Nesse momento a navegação do Mateus (Makaíras 2) nos salvou. Sem ele a gente estaria procurando o PC2 até agora. Trechinho curto de bike, mas muito escuro. A trilha ficava bem escondida.
Tinha uma pequena descida de cascalho, no escuro, que passava por numa ponte sem proteção lateral. Meu primeiro grito:
- IGOR!!! Eu tenho medo de ladeira!!!!
Eu só via o que o farolete da bike mostrava, o que era nada! Igor foi. Eu também fui!! Nada de mais para quem pedala, mas para mim, foi a primeira superação. A coisa melhorou um pouco quando os carros de apoio começaram a chegar. A luz dos faróis me mostravam o caminho e aí eu vi onde tinha me metido!
Dali partimos para o PC3 para acompanhar a prova e esperar a galera que voltava do remo. Ficamos alí com os apoios e deu pra tirar um cochilo. Deu pra ver a Aventureiros chegando e até dei uma forcinha na transição. Aliás, Fred se saiu muito bem no apoio. Dedicado, concentrado. Preocupado em não deixar faltar nada. Entre um cochilo e outro, conversamos bastante.
Fred - ainda quero correr com você. Quero ver se vc é essa brabeza toda, mesmo!! A gente vai rasgar muito mato!!!
Lá pelas 4h da manhã, fomos direto para o PC11 junto com a Makaíras 2 de onde partiríamos as 5:15. Como ninguém aparecia, dormimos mais um pouco. Finalmente, chegam Paulinho e Marcia e autorizam a Re-largada: 5:50!!!
Vamos escalar aquele morro ali. Pensei: fichinha!!! Perto do morro do castelo, aquele parecia uma leve ondulação!! Beleza. A subida foi mole. Batemos o PC12 a 180m de altura e curtimos o belíssimo visual do lugar. A descida foi punk!!! Tinha que ir de rala-bunda mesmo, pra não se estabacar no precipício. Aí, minha gente, foi rasgar mato! Os pés de espinho nos abraçavam com tanto amor, que não queriam mais largar! Em uma das equipes tinha um pobre rapaz que resolveu fazer a prova de bermuda. Não preciso dizer que ele deu o sangue pela prova!
A Giramundo nos encontrou e rasgamos mato juntos até achar a trilha para o PC 13, que encontramos graças a um gentil nativo que com toda delicadeza nos mostrou o melhor caminho:
- Vocês é doido!! Quer ir por aí, vai, problema seu, mas tá errado. O caminho é por ali, por dentro da fazenda! Agradeci a gentileza, mas o moço me ignorou solenemente!!
Quando achamos a trilha principal, Igor e eu entramos de fato na competição. Começamos um trekking forte e rolou até uma corridinha. Abrimos uma boa distância com relação às outras duplas e à nossa frente, só havia a Giramundo. Passaram por nós a Gantois e a Raso da Cata também. E toma treking... anda... anda...
No PC 13 a diversão começou pra valer. Chegamos 9:15. O corte era 9:30. Conseguimos sair antes do primeiro corte. Animados, pegamos as bikes e saímos com sangue no olho. Vendo que não tínhamos mais ajuda na navegação, tivemos que nos virar sozinhos. Igor deu um show!!!
Cada PC batido aumentava nossa disposição. Estamos na briga!!! Era como competir com as equipes de ponta. Batemos todos os PCs entre os 4 primeiros. Toda hora eu via a Gantois, a Makaíras 1 e a Raso da Cata. Estávamos na cola da Giramundo. Batemos quase todos os PCs do trecho de bike junto com eles. O capitão da Giramundo me deu parabéns! Disse que eu estava indo muito bem! Aí mesmo que pedalei. Subi e desci todas as ladeiras daí em diante! Eu estava me achando o máximo!
Turma, vocês tinham que ver Igor navegando e pedalando! Dava gosto! Além de bom na bike, ele é muito inteligente. Tem intuição e pensa rápido. Escolhemos navegar pelo caminho mais longo, porém, mais pedalável. Com isso, pude aumentar minha velocidade. Foi o que nos ajudou a bater todos os PCs rapidamente, enquanto outras equipes se atrasavam em trilhas estreitas e ladeiras de cascalho! Quem precisa de ladeiras de cascalho?
Felizes e motivados chegamos na zona de transição. PC 19. Era para encontrar o apoio, reabastecer água e comida, pegar os coletes e seguir de trilha até o remo
... Apoio.... Onde estará o nosso apoio?.....
Complicou!! Como o carro estava apoiando outras duas duplas, acabaram se desencontrando da gente. Com pouca comida, a água acabando e sem coletes, aquele poderia ter sido o fim da prova para a Aventureiros 2.
Mas eu não me conformei. Igor, chegamos até aqui. Vamos chegar até o final. Não vou desistir agora! Paulinho, precisamos de coletes, nos ajude!!! Paulinho ficou comovido. Viu que a gente não ia desistir mesmo e se ofereceu para levar nossas bikes para a outra transição.
Paulinho nos orientou a fazer o trekking até a beira do rio, esperar a lancha da organização e ver se conseguia coletes com eles.
Lá encontamos a Aventureiros 1 atravessando. Pedi ao Mauro pra avisar lá no outro trecho e mandar a lancha nos dar apoio. Comemos o que nos restava e lá ficamos, dependendo da sorte... Ao nosso lado, dois integrantes da Calangos se preparavam para atravessar. Um deles com cãimbras até na sobrancelha, não conseguia nadar. Entrava no rio. Saía do rio.. nada. E a gente ali. Quietinhos, rezando pra chover colete!
Meu anjo da guarda, (pra quem não conhece, é menina e se chama Luiza) ouviu minhas preces. A gentil dupla nos ofereceu os coletes. Estavam abandonando a prova. É claro que não desejei que eles abandonassem. Mas os coletes foram muito bem vindos! Agradecemos e nos jogamos! Amarrei meu tênis cuidadosamente na mochila e lá fui eu. Nunca tinha feito travessia antes! Foi uma delícia. Nadamos uns 700m e quase no final da percebi que não sei dar nó!!! Cadê meu tênis!!!!! f¨&*%!
Fiz um rápido cálculo de probabilidades e concluí que era mais fácil chover tênis que eu encontrar o meu naquele rio. Vamos em frente Igor!Vou descalça mesmo!
Chegando na margem calcei os dois pares de meia que restaram e seguimos por uns 3 km pelo mato. Tava até gostoso. Brinquei com Igor: Não tô sentindo nada! Não tô sentindo meus dedinhos, meus pezinhos.... Ai KCT, o chão tá quente. Tem espinhos. Não dá pra correr!!!
Daí eu tirei a lição número 1: Quando você achar que está cheio de problemas, abrace-se a um cansanção! É milagroso! Tudo o mais se torna relativo após um breve contato com essa adorável espécie nativa! Igor só escutou meu grito: P%¨& que P%$¨&*&!!! P##$$$. M@!#$!
O que foi, Lucy? Respondi quase chorando: Cansanção! Mas tudo bem, vamos embora que agora é que não estou sentindo nada mesmo! Esqueci a fome, os pés molhados queimando na trilha, a sede... Só sentia o banho de pimenta nas pernas!
Saindo da trilha encontramos um bar e resolvi pedir apoio:
- Moça, é o seguinte: não temos dinheiro, não temos água, eu perdi meu tênis e ainda temos uma prova para terminar.
Os meninos da casa encheram nossos skeezes com água quente da bica e nós pagamos com o que restava de amendoins!! Na realidade, o amendoim estava dentro de um dos skeezes pra não molhar. Acabamos dividindo com eles pra liberar o skeeze. Isso tudo no maior bom humor!! Eles se admiraram de como alguém poderia estar tão feliz numa situação dessas! A turma do bar nos ofereceu um mocotó que estava até bonito. Mas achamos melhor não abusar da hospitalidade...
Seguimos para os remos. Lá estava o barquinho que a ´Olhando´ emprestou pra nossa equipe. Lá estavam nossos remos, gentilmente alugados pelo Reizinho. Estávamos muito felizes! Tudo o que a gente queria era remar!
Igor nunca tinha feito leme na vida! Dei a ele algumas dicas teóricas e ele foi se ajustando. Aprendeu ´natora´! Parece que nasceu pra fazer leme. Remamos por quase quarenta minutos e eu perguntei se faltava muito. Igor disse que faltava um pouquinho. Pedi pra ver o mapa.....
-CARACA!!! A gente vai remar isso tudo!!! - Disse eu apontando para o primeiro PC que vi, que era o 3.
- Não, Lucy
- Ah, bom!
- A gente vai remar até aquele alí ó. O PC 21, lá em cima!!!
- P$%%¨¨¨##@@!!!!
Oito quilômetros de remo. Quase duas horas da tarde. Céu azul. Sol castigando!!!
- Tá ótimo!!! É pra remar, né? Então, tá! Você ´lema´ que eu remo!!!
Decidimos quebrar os 8km de remo em referências e celebramos cada pequena chegada. Agora, é até aquela curva. Agora, até a península, até aquela pedra, etc. Vamos remar até aquela casa bonita ali na frente. Lá deve ter uma feijoada nos esperando....
O visual do remo foi um show à parte. Eu vi um carcará, tinha gaivotas e Igor viu um tatu enorme. Foi lindo.
Igor, tô com fome! Dividimos as últimas balas de mel e isso foi suficiente para me reanimar. Rema, Rema, Rema...
Igor ficou quieto. Um bom tempo. Não ouvíamos nada. Só o barulho dos remos. De vez em quando passava um barco, um jetski, um boi mugia. Nada de equipes. Nenhum caiaque sequer! Estamos sós no mundo. Todos nos esqueceram..
De repente, Igor fala baixinho... Estou vendo uma estrada... ela é alta.... é a ponte. A PONTE!!!! A PONTE!!!!
A gente começou a gritar feito náufragos quando avistam a praia. Que alegria!! Quase duas horas remando com o sol quente na moleira, água de beber mais quente ainda e praticamente sem comida!! Foi lindo!
Cadê o PC 21? Onde estará o apoio? O que foi feito das nossas bikes?
????????????
OK. Entendido. Escapamos do primeiro corte, mas tivemos que engolir o segundo!! Mais dois quilômetros de remo até a chegada...
Chegamos, estacionamos o caiaque e corremos pro abraço. Marcinha nos recpcionou, deu os parabéns e trouxe os troféus. Parabéns, vcs ficaram em segundo lugar!!!!Igor e eu nos abraçamos e comemoramos muito!!!
Mas então, curiosa como sou, quis saber pra quem tínhamos perdido. Marcinha começou a explicar sobre os cortes, como funciona, etc, etc....
...
- Péra aí!!! Um momento!!! Vocês NÂO tomaram o primeiro corte!!! Devolve aqui esses troféus... Ela foi lá, conferiu suas anotações e voltou.
- Desculpa, gente! Vocês ganharam! O primeiro lugar é de vocês!! E é bem merecido! Podem se abraçar de novo!!
Aí comemoramos muito de novo!!! Inesquecível!
Bom gente, essa foi a nossa prova.
O que todo mundo também já sabe é que Igor e eu corremos duas provas de aventura em paralelo. Quando desencontramos do apoio, ficamos sem dinheiro, sem chave do carro, sem celular e sem roupa pra trocar. Paulinho, Marcinha, a turma dos gêmeos e Arnaldo, nos ajudaram como puderam. Até o dono do bar do PC da chegada deu uma forcinha.
A nossa volta para casa merecia um release à parte. No final, tudo se resolveu bem e chegamos em casa sãos e salvos.
Eu sempre aprendo muito nessas corridas de aventura.
Aprendi que tudo, tudo tem solução. Aprendi que mantendo o bom humor, a cabeça fria e vontade de se divertir acima de tudo, a gente consegue superar qualquer obstáculo!
Aventureiros do Agreste: Desistir - nunca. Divertir-se sempre!
Igor, foi muito bom correr com você. Nos entrosamos muito bem e vc é um navegador nato e um remador nato também! Você ´lema´ como ninguém!!!
Adorei e já quero saber quando é a próxima!!
Bom feriado para todos!
Lucy - Aventureiros do Agreste 2
ODISSÉIA - SERGIPE
13 a 15 de agosto de 2010
RELEASE MILLENIUM DAVENTURA MAKAIRA (postado em 03/09/10)
Com mais uma Odisséia para superarmos, partimos eu (Gaia), Naru e Leo de carro rumo à Aracaju. A Lora das Alagoas, Débora nos encontraria já no local da largada. Bem mais organizados desta vez, deu até tempo pra dar uma boa descansada antes da largada programada para uma hora da manhã do sábado.
Largamos à uma da manha de natação a favor da correnteza, tudo lindo e chegamos rapidamente na outra margem. Desfizemos o saco estanque, calçamos os tênis e partimos num trote confortável rumo ao pcv 1, uma placa que ficava à beira de um estradão.
Com a demora em desfazer o saco estanque, algumas equipes estavam à nossa frente, porém, encontramos todas elas a poucos metros do PCV1, varrendo o local na tentativa de encontrá-lo. Como estávamos com a distância bem amarradinha, percebemos que ele estava uns cem metros à frente e fomos os primeiros a anotar o código da placa.
Logo após o pcv1, entramos cedo demais em uma trilha e perdemos alguns preciosos minutos. O suficiente para sermos ultrapassados por umas cinco equipes. Voltamos ao estradão, nos reorientamos e achamos a trilhinha certa que nos levaria ao pcv 2.
Lembro-me de ter ouvido Serjão (um dos organizadores) falar que era preciso acreditar para achar o pcv 2, uma corda que atravessava um riacho. A mata ciliar fazia a trilha sumir por vários momentos e fui como um cão, farejando a danada até encontrar a corda vermelha. O código era a cor da corda. Antes de chegarmos ao pc3, passamos duas equipes e o batemos já em quarto.
Pegamos as bikes no pc3 e na nossa frente estavam Oskaba, Direction e os Insanos. Demoramos um pouco na transição e partimos num ritmo insandecido, desculpem-me pela analogia melodramática, como se não houvesse amanhã. Essa era a sensação que tinha, como se não fosse fazer mais nada na prova. As pernas queimando nas subidas, fazendo força em terrenos enlameados e acima de tudo, socando a bota no asfalto, mas valeu o esforço, pois antes de largarmos as bikes, atropelamos a Direction e encostamos nos Insanos.
Deixamos as bikes no pc9 e fomos de trekking para o PC 10, o mesmo da largada. Pouco antes da natação novamente, ultrapassamos os Insanos e na nossa frente restavam apenas Oskabas. Entramos na água e os vimos terminando a perna de natação. Isso deu uma animada na equipe. Porém, na pressa, não fizemos o saco estanque e pra piorar minha situação, Naru ainda pendurou o tênis da Lora no meu pescoço, transformando o que seria um agradável descanso em uma tortura, pois nadar de tênis já é horrível, com outro par no seu pescoço fica pior ainda. Senti-me como num filme de mafiosos quando o chefão manda dar cabo a um inimigo e seus comparsas amarram uma pedra em seus pés e atam suas mãos.
Cheguei do outro lado meio enjoado. Por sua vez, pressionados pela proximidade com Oskabas, Naru e Leo pegaram o mapa novo e nem sequer olharam para os pcs letras para traçar uma boa estratégia. Simplesmente saíram correndo atrás dos Kabas, enquanto eu e a Lora faríamos uma perna de canoagem rumo ao PC11 . A única coisa positiva dessa história foi que fiz uma transição lenta, de uns dez minutos e me recuperei do enjôo. Consegui comer e me hidratar e já estava organizando o caíque quando chega Naru esbaforido gritando que iríamos mudar a estratégia.
A Lora seguiria de trekking com Leo e eles pegariam o pcv A, enquanto eu e Naru pegaríamos o B, o D (rapel) e o E de canoagem. Pra nossa sorte, a correnteza estava a favor e não demoramos muito até chegar à ponte onde seria realizado o rapel. Fiquei na margem esperando Naru descer da corda e fui resgatá-lo. Depois, invertemos os papéis e fiz o rapel enquanto Naru me resgatava. Partimos pro outro lado do rio para pegar o E, um coqueiro pintado à beira da estrada. Foi aí que percebemos que embora a nova estratégia fosse muito melhor que a primeira, ainda assim perderíamos tempo, pois o A estava pertinho do B e já que íamos para o B, era muito mais jogo pegarmos logo o A. Com isso, a dupla que viria correndo seria poupada de um trekking que se mostrou extremamente extenuante.
Como não havia volta, pegamos o PC B e voltamos contra a correnteza rumo ao PC 11 resignados. Foram uns 8 km duros já que a correnteza estava muito forte e exigiu bastante força. Quando estávamos chegando, vimos a equipe dos Kabas partindo para o remo/natação (três em cima do caiaque e um nadando) e novamente nos animamos. Porém, para nossa infelicidade Leo e a Lora não haviam chegado ainda. Ficamos arrasados e sem entender o que havia acontecido, pois o PC A não exigia uma navegação apurada.
Pra piorar a situação, a dupla de trekking da Direction chegou e logo partiram. Depois de quase uma hora de espera, chegam Leo e a Lora bastante cansados. Além da dificuldade do terreno, eles pensaram que o race book deveria estar na posse da dupla que bateria o B, ou seja, eu e Naru e foram também até ele. Não sabiam que bastava perfurar o próprio mapa. Resultado: correram uns dez km a mais do que o necessário debaixo de um sol escaldante e com direito a um sobe e desce torturante por dunas.
Corajosos, não demoraram na transição e logo estávamos eu, Leo e a Lora em cima do caiaque e Naru na água batendo pernas em direção ao PC 12. Quando chegamos no PC, deu ainda pra ver a Direction saindo e a animação voltou à equipe. Partimos forte no encalço. Correndo e andando, encostamos neles, porém, Leo desgastado do trekking anterior começou a dar sinais de que algo estava errado. Sentindo fortes câimbras, não havia outro remédio a não ser reduzir o ritmo e deixar a outra equipe escapar. Mas tudo bem, tínhamos a convicção que na bike nosso Mountain Biker oficial se recuperaria.
A Gantuá que vinha atrás encostou e foi até bom, pois instigado pelo temor de perder a posição, Leo partiu para a dor e começou a andar num ritmo bem forte. Chegamos na transição das bikes embolados com eles e para nossa surpresa, a Direction.
Fomos mais rápidos na transição e largamos na frente. Agora era acelerar pra abrir uma pequena vantagem e garantir a segunda colocação, já que Oskabas estavam a exatamente uma hora de vantagem. Apesar de curta, apenas 13 km, essa perna de bike era recheada de subidas e descidas. Batemos o PC 14 e para nossa surpresa, havíamos tirado 10 min dos Kabas, mesmo com Leo ainda se recuperando. Largamos as bikes no PC 15 e continuamos a baixar o tempo, mais dez minutos e a frente dos Kabas havia encolhido para 40 min.
Colocamos os caiaques na água e saímos surfando umas marolas iradas, parecia até mar. Deu pra ver a Gantuá e a Direction entrando na água atrás. Pressionados por quem vinha babando, remamos forte por uns 18 kms e conseguimos abrir uma boa vantagem deles e de lambuja, tiramos mais dez minutos dos Kabas. Agora, restavam entre nós e a chegada uns onze kms de trekking. Sabíamos que seria quase impossível pegar os líderes, já que Leo não havia se recuperado das câimbras, porém esta não era nossa principal preocupação, mas sim o pega que se desenhava entre a Direction e a Gantua.
Com isso na cabeça, restou-nos sacrificar mais um integrante para que a equipe voltasse a andar e correr num ritmo competitivo e como era pra chegada, resolvi rebocar Leo durante o trekking final. A Naru coube a missão de, em hipótese nenhuma, errar a navegação.
Seguimos forte, andando e trotando a uns oito km por hora de média. Corríamos no plano e subíamos forte, porém Leo não conseguia correr nas descidas. Fizemos muita, mas muiiiiiita força para evitar que as equipes de trás encostassem. Sempre acompanhados daquela sensação de que éramos coelhinhos (lá ele) perseguidos por umas raposas.
Chegamos novamente no local da natação e pra nossa surpresa, nem sinal dos nossos rivais. Desta vez tirei o tênis e não deixei ninguém pendurar nada nas minhas costas e fizemos a travessia tranquilamente. Os trinta minutos que havíamos tirado dos Kabas foram devolvidos neste trecho final de trekking, mas, estávamos muito felizes com a conquista deste segundo lugar. Naru sabiamente disse depois que teve a certeza que cada um de nós, ao seu modo, fez o seu melhor e isso que fora importante. Infelizmente, desta vez alguém fez melhor que nós e Oskabas estão de parabéns pela belíssima vitória.
De parabéns estão também os organizadores desta prova. Serjão e sua esposa e toda a galera da Maré Alta pelo belo desenho técnico da corrida e pelo carinho que acolheu a todos os competidores. Agradecemos mais uma vez à nossa patrocinadora, a MILLENNIUM INORGANIC CHEMICALS e aos nossos apoiadores DAVENTURA e H45 por todo o suporte. Continuamos líderes do CNA e já com aquele delicioso gostinho de quero mais uma Odisséia, desta vez a de Pernambuco. Um abraço do mangue,
Gaia.
DESAFIOS DOS SERTÕES
(postado em 21/08/10)
GPS TRACK
Veja o percurso de 10 equipes no Sertão de Juazeiro e Petrolina
RELEASES
REALEASE DA ATLAS H20 Olá galera da aventura! Tudo bem. Bom, eu 10 lugar gostaria de parabenizar a Walter Guerra pela prova que estava muito boa. Parabéns!
Gostaria de comentar um pouco sobre a nossa diversão, que foi correr essa prova. Pra me foi um desafio mesmo, pois não estava treinando e a última corrida que fiz foi em novembro do ano passado com a equipe Insanos, de lá pra cá, não tinha feito mais nada. Mas como fui convidada por uma amiga, que não tinha como dizer não pra ela, resolvi aceitar. Dai pensei 134 km vai ser moleza, vou tirar de letra, mais aí no caminho pra Juazeiro descobri que Paulinho estava Tb na organização da prova da eu pensei: me ferrei! O que será de mim? Não tinha mais escolha já era tarde, vou ter que correr de qualquer jeito. Vamos lá! Acordei super feliz por estar + uma vez participando de uma corrida. No briefing reencontrei vários corredores que conheço me passando uma energia boa me desejando boa sorte e felizes de me verem correndo outra vez. Largamos correndo, podia ficar pra trás mas como me recuperei do joelho, me sai bem, fomos pra natação, pensei que n fosse chegar nunca mais Tb não fomos os últimos a chegar, transicão para o rapel, Dida diz: nega posso ir primeiro? Claro amiga. Deus! remar contar a correnteza n é fácil estava sem braço sem contar que n treinamos e conheci os meus companheiros no dia anterior da corrida. Partimos p o treek, difícil sem água, n foi fácil mais o navegador tinha uma pêra que nos salvou! A Corrida começou a ficar boa, p ois pegamos a bike e pra mim é a melhor parte, que pena que foi pouca. Dai partimos pra outro treek difícil muito difícil daí Dida avistou uma lanterna piscando e achamos que era o PC mais n, era a dupla dos insanos perdida mais de 2 horas que n conseguia sair, sorte deles ter nos encontrados. Os meninos resolveram azimutar daí pensei na frase "reza pra Deus pede proteção "deu tudo certo conseguimos sair da mata fomos atrás do lugarejo santa, ai eu pensei que era virtual, resolvemos segurar e esperar o dia amanhecer. Daí, sem saber ficamos a 800m do PC. Imaginamos ser os últimos mais tivemos uma surpresa éramos o 50. Isso nos deu uma energia, pegamos a bike e saímos feitos loucos. Chegamos na reta final mais tranqüilos, graças a Deus conseguimos completar a prova toda sem cortes. Graças a Deus!
Bom só tenho a agradecer a minha amiga Dida, CAPITÃ DA EQUIPE, por ter depositado confiança em mim, pois sabia que eu n estava treinada. Continue assim, vc está uma ótima capitã.
Daow vc é um ótimo navegar, centrado, paciente e seguro no que faz, vc vai longe.
Val vc é um ótimo companheiro e tem espírito de equipe. Enfim foi bom demais ter corrido com a ATLAS .
ABS:
Jana.
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inicio da publicação: 21/08/10